DO EMBRIÃO ATÉ
O CRISTO
P – Qual o melhor conceito sobre Deus?
R – A palavra hebreia IÉVÉ, que podeis traduzir por
Informe, Essência, Extrato ou Espírito, mas sem que possais com isso definir,
porque palavras são palavras e Deus é o Essencial dos Essenciais, no Princípio,
e Se revela como Criação ou Manifestação, porque tudo origina, sustenta e
determina, através de leis eternas, perfeitas e imutáveis. No dia em que todos
os homens, encarnados e desencarnados, deste Planeta, a tudo virem como
Manifestação de Deus, nesse dia tudo se tornará mais fácil, para compreender o
Deus Essencial, que é íntimo a tudo e a todos, não apenas neste pobre mundinho,
mas no Infinito dos Mundos e das Humanidades.
P – Que dizer dos que dispensam cogitar de Deus, por O
julgarem acima de cogitações humanas?
R – É crime de lesa-Princípio, é como quem destrói o
alicerce de um edifício, depois de tê-lo construído. Deus é tudo em todos e
pretender dispensá-LO, seja sob que pretexto for, é erro fundamental. É, enfim,
uma das manifestações de ignorância e atraso dos terrícolas ou espíritos
lotados neste Planeta. E como deveis compreender que os terrícolas, em
grandíssimo número, são degredados e degradados, ou banidos por culpas, de
outros mundos, podeis compreender que a tendência é reproduzir os erros
anteriores. O Céu não tenta, porém testa. E ninguém atingirá os Altos Planos da
Vida, sem vencer nos grandes testes.
P – Quer repetir algo sobre a origem do espírito?
R – É Manifestado como simples embrião, com todos os
valores ou todas as virtudes em potencial. Forja ao seu redor as sete coroas
energéticas, através das quais dirigirá os elementos do perispírito, que, por
sua vez, dirigirá o corpo físico, quando encarnado. É de saber, porém, que ao
transitar pela escala animal, vem evoluindo, até atingir a formação perfeita
das coroas energéticas, dos chacras e plexos, que por sua vez terão atuações
sobre os órgãos do corpo físico, ao atingir a fase humana. Depois de atingi-la,
quando a consciência individual seja potente, com a razão fortemente evidente,
podendo raciocinar sobre a ORIGEM DIVINA, o PROCESSO EVOLUTIVO e a SAGRADA
FINALIDADE, então começa o trabalho íntimo de autocristificação, de retorno
consciente ao Seio de Deus, o Divino Centro Gerador, Sustentador e Destinador.
E, como a História das Revelações bem demonstra, o Céu envia Instrutores, nos
devidos tempos. E se nunca existissem os corruptores, idólatras e mercenários
das verdades espirituais, muito outra já seria a condição evolutiva da
Humanidade dita terrestre.
P – Comparativamente, quanto falta ao homem-padrão, o
terrícola normal, para atingir o Grau Crístico?
R – Em média, entre o homem-padrão e o Grau Crístico
há uma distância vibratória que é comparável àquela que há entre a larva e o
homem-padrão. Nos filamentosos começa a individuação consciente e no homem da
segunda meia-idade, ou entrada nela, começa a Consciência Crística propriamente
dita. Desde a larva passa o espírito pelas fases de automatismo inconsciente,
impulsos instintivos, semi-razão, razão e inspiração, vindo a penetrar na fase
de inspiração-intuição na hora de passar para a segunda meia-idade. Tudo isso,
entretanto, somando milênios e milênios, pois todas as transições são
lentíssimas, porque virão suas marcas a serem impassáveis no espírito. A fase
crística é aquela que da consciência adquirida e da inspiração, ou da ajuda
exterior, marcha lentamente para a Plena Intuição, o Estado Crístico, a
condição de Vazar Deus de dentro para fora, motivo por que se chama de Verbo
Divino. Quem compreende a Unidade Vibratória com o Divino Centro Gerador,
Sustentador e Destinador, que é Deus, compreende o porquê da condição de Verbo
Divino, da veiculação de Deus do interior para o exterior. Assim, vêde bem, a
Revelação que é entre irmãos nas fases anteriores, passa a ser entre Pai e
filho, e vice-versa, na fase cristificadora.
P – Por quê, a teoria dos Sete Céus?
R – Não é teoria, pois assim como a centelha está
envolvida de sete coroas energéticas, e por elas movimenta leis, elementos, e
realiza fatos necessários à sua autocristificação, assim mesmo o mundo físico
comporta as sete coroas energéticas, oferecendo planos, residências astrais ou
moradas do Pai, segundo o grau de evolução ou merecimento de cada centelha,
quando desencarnada. Apenas, como é simples de compreender, há uma inversão de
ordem, pois na centelha tudo se adensa para fora, enquanto no plano físico,
tudo se adensa para dentro. No diagrama do espírito vereis o mesmo se adensar
para fora, enquanto no Planeta vereis que os planos de mais Luz e mais Glória são
os de fora. Por isso repetem as informações proféticas, as iniciações, que para
herdar os planos de Luz e Glória, mais distantes da crosta, importa iluminar
cada vez mais o interior. Tudo em Deus é perfeito e, portanto, as inversões de
ordem, entre o mundo espiritual e o mundo físico, ajustam-se perfeitamente.
Marche o espírito para dentro de si mesmo, onde se encontra a ligação
fundamental com o Divino Centro Gerador, e, com isso, estará marchando para os
Altos Planos da Vida. Termine, por crescimento interior, com as coroas
energéticas exteriores, vindo a se revelar como Foco de Luz e Glória, e virá a
ter por moradia, os locais de Luz e Glória correspondentes. A Criação lançou o
espírito no turbilhão de mundos, condições e situações, precisamente para que a
Evolução o faça reentrar ou religar ao Divino Centro Gerador, em estado de
Pleno Esplendor Espiritual.
P – Como melhor entender a entrada na Divina
Ubiquidade?
R – Não há uma entrada violenta, ou de assalto, a
estado vibratório algum. Tudo é lentíssimo, porque graus atingidos são
inalienáveis. Portanto, a progressão da centelha, eliminando as coroas
exteriores, marchando para a primeira, que é Luz Divina, representa a marcha
lenta no rumo da Divina Ubiquidade, isto é, da participação nessa Divina Lei. O
Grau Crístico, que para vós começa com aquilo ou aquele Grau apresentado por
Jesus, é o ideal para vós. Entretanto, no Grau Crístico os matizes variam como
que ao infinito, embora não seja, pois há um estado vibratório que é o IDEAL
SUPREMO, de que não importa tratar agora. Atinjam o Grau Crístico ou de Unidade
com o Pai Divino, tal e qual como Jesus o apresentou, e o mais tudo será
questão de pormenores.
P – Como encarar o problema das faculdades mediúnicas,
no círculo da estrutura diagramática do homem, isto é, da centelha, das coroas
energéticas, dos elementos constituintes do perispírito e do corpo físico?
R – Já foi dito, em outro capítulo, que sem movimentar
as coroas energéticas, o homem, encarnado ou desencarnado, nada realiza.
Elementos ectoplásmicos, fluídicos, metérgicos, ódicos ou substanciais, ou que
nomes queiram dar, nada podem sem os princípios eletromagnéticos. E estes,
saibam, dependem da Luz Divina ou primeira coroa em torno da centelha, que, por
sua vez, movimenta as imediatas, as que ligam às coroas exteriores. O espírito
é a Central e o mais tudo são distribuições. Quanto ao mais, os pontos de
polarização de forças, e os trabalhos consequentes, dependem de fatores
evolutivos, cármicos etc. Bem podeis compreender como são dirigidos os mundos,
as humanidades e as individualidades, por meio dos Cristos, de Seus Imediatos e
das comunidades diretoras para isso organizadas. A Sabedoria Divina é
distribuída pelos escalões hierárquicos, até atingir aqueles que poderíeis
julgar os últimos espíritos, os embriões que ainda estão muito longe de habitar
os vegetais.
P – Os chacras e plexos obedecem, realmente, ao que
afirmam certos livros esoteristas?
R – A mania dos dogmatismos, para saciar os fanatismos
sectários, faz sempre o homem fechar as portas do progresso. Nada do que há
sido dito, na Terra, passa de abecedário e infantil. O espírito é uma questão
de Verdade Básica ou Essencial e sua gloriosa finalidade vai muitíssimo além do
que contam os tratados humanos. É de bom alvitre o homem terrícola, mesmo sendo
santo ou sábio, desconfiar de suas concepções absolutistas. Tudo quanto há sido
ensinado é apenas ponto-de-partida, não é ponto-de-chegada. Na Verdade Total
não formam esoterismos, enigmatismos, dogmas, rituais, simulacros etc. Se
outros tempos careciam de informes bastante mais bisonhos, dizemos que é
chegada a hora de pensar mais em termos de Verdade Essencial. O profetismo
generalizado força ao VERDADEIRISMO e, consequentemente, ao desaparecimento
daqueles “ismos” retrógrados.
P – Por quê, certos
espíritos comunicantes teimam em dar mensagens de muito baixo teor hierárquico?
R – No espírito, encarnado ou desencarnado, há uma
luta perene entre a Moral, o Amor, a Sabedoria e a Virtude, de um lado, e o
Bolso, o Estômago, o Sexo, o Orgulho e o Egoísmo, do outro lado. Não estranheis
que assim o diga, porque esses fatores agem, imediata e remotamente, ou em
termos de causa e efeito, na organização intelecto-moral do espírito. Cada um
fala como pode e não como quer, quando
se trata de conduta sincera, ou de dar o que realmente tem. Importa aos
encarnados selecionarem as mensagens, para não forjares círculos viciosos em
torno de certos espíritos e certas mensagens. Bem sabemos que há uma
proliferação de mensagens que nada produzem, porque variando quando muito nas
palavras, nada muda no conteúdo, pois passam sempre por longe dos fatores
essenciais ao espírito e suas movimentações, com fitos à gloriosa finalidade
por atingir, a própria moral do Evangelho, que o é da Lei de Deus, já se tornou
pilulazinha ronceira, para dar a tais mensagens a característica de
importantes, para que sejam aceitas. Por outro lado, além de serem certos
espíritos menos conscientes das Supremas Verdades, por involução e não por
má-fé, ainda encontram seus fanáticos, que de mais nada querem saber. Não vos
importeis, entretanto, porque nada disso poderá ir longe: o Plano Diretor tem o
seu traçado pronto e, a curto prazo, muito terá que mudar a conceituação
humana, pelo que irá acontecer. É tempo de ser conhecida de todos a realidade
básica, a ORIGEM DIVINA, o PROCESSO EVOLUTIVO e a SAGRADA FINALIDADE, tudo isso
envolvendo os instrumentos de edificação, representados na VERDADE a ser
conhecida, no AMOR a ser aplicado e na VIRTUDE a ser acumulada, pois ninguém dá
do que não tem, quando se trata das coisas do espírito, que devem ser
movimentadas no seio da Justiça Divina.
P – De qualquer modo, então, o comportamento é
relativo ao grau de evolução e ao propósito de ser melhor ou pior, ao usar o
livre arbítrio?
R – O real comportamento deriva do real conhecimento.
Quem se sabe um Cristo ou Uno em elaboração, sabendo o que representa esse Grau
em termos de Luz e Glória, como irá agir mal para com o seu irmão, sabendo que
esse procedimento o coloca como criminoso contra si próprio?
P – Desde quando assim é ensinado à Humanidade?
R – As Revelações Fundamentais sempre ensinaram sobre
a ORIGEM DIVINA, o PROCESSO EVOLUTIVO e a SAGRADA FINALIDADE a ser atingida;
sempre lembraram aquelas Verdades Fundamentais que O CÓDIGO IMORTAL expõe, em
sua tremenda síntese; mas as religiões, por causa dos interesses subalternos
dos homens, sempre corromperam as instruções, forjando aparatos exteriores,
simulações e negociatas idólatras à vontade. Sim, à vontade de uma freguesia
nada melhor do que os vendilhões dos templos. O Reino de Deus sempre foi
lembrado como íntimo ao espírito, sempre foi dito que não virá com mostras
exteriores, e a busca da VERDADE, do AMOR e da VIRTUDE, com o propósito de
serem usados nos tratos entre irmãos. Quem forjou nobiliarquias clericais, quem
fabricou simulações e quem caiu nessas armadilhas, deixando de lado a Conduta
Fiel, não agiu conforme a Soberana Vontade do Pai Único. E podemos afirmar, com
a passagem da primeira para a segunda meia-idade, do Planeta e de sua
Humanidade, que o rigor da Justiça Divina irá ser outro. Para aqueles que forem
herdar a Terra dos futuros ciclos, ou para aqueles que tiverem de ser contados
como cabritos, entretanto, lembramos apenas a simplicidade das Leis Divinas. É
o normal a se cumprir, dando a cada qual como fizer por merecer. Os tempos
trazem os seus acontecimentos, mas como consequência dos fatos históricos
vividos pelas coletividades e individualidades.
P – Por tudo quanto vem sendo avisado, bem se
compreende o quanto virá a importar, para a Humanidade terrícola, a Restauração
da Doutrina do Caminho, pois não?
R – O Cristo falou da reposição das coisas no lugar e
o Apocalipse apresenta, como profecia a ser cumprida, o Cavalo Branco. Tudo
quer dizer a mesma coisa, pois o Cavaleiro do Cavalo Branco é o Missionário da
Restauração, que saiu vitorioso para vencer. Quanto aos outros, a virem em
seguida, são guerras, pestes e fomes, ou tudo isso que terá de forçar a
movimentação, para que a entrada na segunda meia-idade seja naquelas condições
de que já tratamos. São fatos normais na história dos mundos e das Humanidades,
pois as seleções e migrações são tão normais como a evolução dos espíritos, que
atingindo o Grau Crístico, vencem a lei das reencarnações obrigatórias, só
reencarnando por desejo próprio e capacidade de renúncia, para auxiliar as
Humanidades inferiores.
OSVALDO POLIDORO
Divinismo - Doutrina Divina