AS 10 DIMENSÕES DA CABALÁ
A Cabalá
Contemplativa não é uma tradição meramente intelectual. Toda a literatura
disponível sobre os mistérios da Cabalá não terá qualquer valor se este
conhecimento não for aplicado em nossas vidas. O correto entendimento dos
códigos presentes na Torá oferece todas as ferramentas espirituais que
necessitamos para que nos tornemos melhores através do despertar de nossa consciência
adâmica.
E o que
pretendemos com isso? Num primeiro momento, todos têm em mente a possibilidade
de mudar a realidade ao seu redor, não sendo uma coincidência que muitos
busquem a espiritualidade exatamente quando a vida lhes parece menos generosa.
Porém, tudo o que percebemos fora nada mais é do que um reflexo do que se passa
dentro de cada um de nós, e todos nós optamos, de forma consciente ou não, por
viver em uma das 10 dimensões identificadas pela Cabalá.
Em qual dimensão você está vivendo?
A primeira
delas (a mais baixa), é chamada de Estado de Gueinon ("inferno"):
vive-se aqui totalmente no escuro e escravo da contra inteligência (a força de
oposição à Luz). A angústia e o medo são constantes e não há perspectiva alguma
de melhora.
A segunda
dimensão também é usada pela contra inteligência, o Estado de Fome: sua
principal característica é o puro desejo de receber para si mesmo e a sensação
constante de insaciabilidade. A pessoa é escrava de suas próprias necessidades
e a angústia de não ter (ou não ter o suficiente) é avassaladora.
O Estado da
Reatividade é a terceira dimensão: aqui a pessoa resolve que as coisas vão
mudar. É perigosa na medida em que existe uma medida certa, mas existe sempre o
risco de se empolgar com os resultados e a pessoa julgar que a reatividade é a
solução para todos os seus problemas.
A quarta
dimensão é o Estado da Ira: esta é a dimensão da pessoa que se identifica como
o "Homem de D-us". Ele está tão reativo que se torna insensível e
duro, mas forte, o que é um problema. O "Homem de D-us" não precisa
de ninguém que lhe diga o que fazer; ele desconhece a humildade. Pode-se,
aparentemente, até prosperar e se tornar espiritualmente poderoso, mas, ainda
assim, estará apenas fazendo o jogo da contra inteligência.
A partir da
quinta dimensão, a pessoa começa a entrar no caminho da Luz. O Estado da
Tranquilidade corresponde ao momento em que se consegue aquietar a mente e o
coração, o que resulta na controle da ansiedade. O indivíduo encontra aqui o
seu caminho, a sua missão. O risco de se sentir "confortável" é a
comodidade e a estagnação, cuidado.
Na sexta
dimensão é a que faz a Luz descer sobre o indivíduo, o Estado da Alegria: a
Shechiná (Presença Divina) só se manifesta através da alegria. Tudo que é muito
sério tende a pesar, a petrificar. Não devemos confundir, contudo, alegria com
euforia. Podemos viver permanentemente num estado de alegria, mas a euforia é
sempre passageira.
O Estado de
Erudição é a sétima dimensão: a conciliação de sabedoria e entendimento sem
perder a tranquilidade e a alegria, pois é comum o erudito se fechar em seu
próprio mundo.
O Estado da
Absorção, a oitava dimensão, vai além da mente e do coração. Você absorve. É um
estado de receptividade. Aqui se almeja o Estado de Tsadik.
O Estado de
Tsadik é a nona dimensão: o iluminado vê justiça em tudo. Aqui a vida é
totalmente clara e é possível se compreender a lógica do universo.
A última
dimensão é o Estado de Mashiach: neste estágio a pessoa se sente responsável
pela sustentação do universo. De fato, ela não mais vê diferença entre ela e o
universo, e o menor de seus gestos afeta todo o resto. O Estado de Mashiach
corresponde a estar fundido ao Eterno. Qualquer pessoa deve almejar o Estado de
Mashiach. Não se trata de algo reservado para "escolhidos".
O despertar
da consciência adâmica é o resgate da unidade original - a missão de todos os
seres humanos. Não podemos esquecer nunca que todos nós e o Eterno somos Um, e
que esse é o grande sonho do Pai Emanador para a Suas Centelhas Emanadas.
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